Comissão Europeia nega apoio à <i>Qimonda</i>

Ilda Figueiredo considerou lamentável a insensibilidade revelada anteontem à noite pelo comissário europeu do Emprego, relativamente ao risco de encerramento da Qimonda.
Em nome da Comissão, o checo Vladimir Spidla acabara de reafirmar, no plenário do Parlamento Europeu, que evitar o encerramento da Qimonda está fora das competências do órgão executivo, o qual não tem poderes para inverter a decisão de uma empresa. A deputada do PCP salientou que estão em causa muitos empregos, e também o futuro da indústria da nanotecnologia, que tem valor estratégico para a Europa.
Este debate foi uma iniciativa dos deputados do PCP. Para ontem, o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, de que fazem parte Ilda Figueiredo e Pedro Guerreiro, tinha marcada uma conferência de imprensa, em que participariam representantes dos trabalhadores da Qimonda em Portugal e na Alemanha.
Durante a discussão, foi lembrado por vários deputados que a UE concedeu apoios a sectores, como a banca e a indústria automóvel. Ilda Figueiredo reclamou uma intervenção da União a curto prazo, salientando que Vila do Conde, onde está instalada a unidade da empresa alemã, com 1700 trabalhadores, é uma zona de grave risco social. Em apoio a esta intervenção da UE, vários deputados (incluindo eleitos de todos os partidos portugueses) associaram-se à iniciativa do PCP, de enviar há um mês uma carta ao presidente da Comissão, à chanceler alemã e ao primeiro-ministro português.
No dia 8 de Março, no Círculo Católico de Operários de Vila do Conde, a deputada e cabeça-de-lista da CDU para as eleições de 7 de Junho participou numa sessão de solidariedade com os trabalhadores da Qimonda, promovida pela direcção regional do Porto do PCP, que juntou uma centena de pessoas. Antes de Ilda Figueiredo interveio ali Bruno Fonseca, militante comunista e trabalhador da Qimonda, onde é delegado sindical do STIENC/CGTP-IN. Lembrou que a multinacional recebeu muitos milhões de euros de incentivos públicos e tem mantido graves condições de exploração da mão-de-obra, com jornadas de trabalho até 12 horas e com vínculos laborais precários para 80 por cento dos trabalhadores, apesar de, na maioria, serem altamente qualificados. Com tanta instabilidade e uma média de idades de 26 anos, o pessoal da Qimonda já demonstrou disponibilidade e capacidade de organização para a luta, assinalou Bruno Fonseca.


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